Juro que tenho que trocar o nome dessa seção, mas passo por uma crise de criatividade toda vez que vou postar sobre essas equipes. Talvez seja até influência de maus fluidos das extintas equipes, porque a cada dia que eu pesquiso sobre elas eu me assusto cada vez mais com as bizarrices. Me ajudem amigos.
Além da falta de um nome oportuno para a seção, hoje eu iria escrever sobre a Andrea Moda, uma das equipes consideradas mais… é, mais…
Falta palavras para definir a Andrea Moda.
Continuando a história, a Andrea Moda só existiu porque o dono dela comprou o espólio de outro desastre da F1: a equipe Coloni. “Intão” vamos respeitar a ordem e falar da Coloni primeiro.
Depois ter conquistado sucesso na F3 e ter tido uma regular participação na F3000 em meados da década de 80, Enzo Coloni resolveu tentar a sorte e teve a incrÃvel idéia de montar uma equipe de F1, em 1987.
A Coloni em seu GP de estréia em 1987
O modelo FC 187 amarelo era um projeto bem simples, criado pelo engenheiro Roberto Ori (ex-Dallara) e empurrado pelo motor Cosworth DFZ. Logo na estréia, no GP de Monza, em setembro de 1987, acontece os primeiros indÃcios e que as coisas não iriam funcionar. O carro não havia feito nem o shake-down e eles queriam competir assim mesmo. Quem teve a dura missão de guiar o carro foi Nicola Larini. Era evidente que o carro não iria conseguir se classificar. Foram dois segundos mais lento que o último do grid e 12 segundos mais lento que o pole.
Já na Espanha eles conseguem se classificar para a corrida, na frente dos carros da Osella. Porém a aventura só dura sete voltas, pois Larini ficou a pé por causa da transmissão. Depois dessa corrida, a equipe decide não mais participar do campeonato de 87, concentrando suas forças para o ano de 1988.
Para o campeonato de 88 eles contrataram o piloto Gabriele Tarquini e permaneceram com os motores Ford. O ano até que começou bem, com Tarquini passando sempre pela qualificação. No GP do Canadá foi o ponto alto da equipe. Eles conseguiram a proeza de lagar em quinto e chegaram em oitavo no final da corrida. Foi o melhor resultado alcançado pela equipe em toda a sua curta história.
Coloni em 1988: o ano até que começa bem
Mas com o andar da carruagem a equipe começou a apresentar problemas devido a falta de dinheiro e até mesmo de empregados. Estava cada vez mais difÃcil passar da pré-qualificação e o carro sofria com os problemas mecânicos durante as corridas. Só para vocês terem uma idéia de como era ruim a equipe, depois do GP do Canadá, Tarquini não conseguiu classificar o carro em 4 corridas seguidas. Conseguiram largar em 8 corridas, terminaram quatro, não terminaram as outras quatro. E esse foi o melhor ano!
Porém, as esperanças estavam renovadas para o ano de 1989. Tudo porque ele conseguiu conseguiu alguns patrocinadores e contratou um trio de engenheiros: o designer Christian Vanderpleyn, Michel Costa e Frederic Dhainaut. Contando com dois carros a partir de agora, os pilotos contratados foram o francês Pierre-Henri Raphanel e um brasileiro que gostava de sofrer, Roberto Moreno.
Por causa do 8º lugar obtido no Canadá no ano anterior, um dos carros da Coloni não iria mais passar pela pré-qualificação na primeira metada do campeonato. Esse carro ficava a cargo de Moreno, enquanto Raphanel iria penar nas pré-qualificações.
No inÃcio de 89 o carro ainda era o de 87 com algumas atualizações
Mas se você pensa que os problemas estavam acabados, esta totalmente enganado. Eles não conseguiram prepara o novo carro para o inÃcio da temporada. Com isso, deram uma guaribada no carro do ano anterior, que já era uma guaribada do ano de 1987 e se mandaram para as primeiras provas do ano. O carro simplesmente era 20km/h mais lento do que qualquer carro do grid. Por causa disso, Moreno não conseguiu classificar o carro nas duas primeiras corridas do ano e Raphanel nem passou pelas pré-qualificações. Um desastre.
Chegaram em Mônaco e aà aconteceu o milagre. Moreno consegue o 25º tempo e classifica o carro para o grid. E a cagada foi ainda maior porque Raphanel conseguiu classificar seu carro para o 18º lugar. Uma borrada completa que nunca mais foi visto os dois carros juntos no grid de largada. Mas como felicidade de pobre dura pouco, ambos abandonam a corrida por problemas no câmbio. E nas duas corridas seguintes nada de Coloni no grid.
Lançamento do novo carro em 89: aquele sorriso do Moreno iria sumir até o final da temporada
Na corrida do Canadá, a Coloni apresentou um carro totalmente novo e uma pintura nova, cinza, branca e azul. Com um carro menos horroroso, Moreno se classificou para o grid e vinha fazendo uma ótima corrida, até perder uma roda e ter problemas no motor. Raphanel nem passou da pré-qualificação. Devido aos maus resultados, a Coloni caiu para a pré-classificação a partir da corrida da Alemanha.
Moreno procurando a roda da Coloni
Em Portugal, a Coloni contratou Gary Anderson como freelancer. Anderson desenvolveu um bico novo, que parecia muito eficiente, e que realmente melhorou muito o carro. Moreno passou da pré e largou em um excelente 15º lugar no grid. Só que uma batida no warm-up com Eddie Cheever arrebentou o carro e Moreno teve de largar com o reserva, que deveria ser um remendo de outros carros da equipe. Sua corrida acabou na 11ª volta.
Moreno voando: Tomou uma do Eddie Cheever
E o pior estava por vir pois eles não tinham outra asa dianteira pronta para o GP seguinte, na Espanha. E quando o bico ficou pronto, o carro simplesmente não tinha velocidade em reta. Eles não coseguiram mais passar da pré-qualificação com o carro. Para quem tinha tanta esperança no inÃcio, o final de temporada foi melancólico para a Coloni, que praticamente não existia mais , pois terminou o campeonato com apenas seus dois pilotos, seis mêcanicos e o seu gerente de equipe.
No próximo post sobre a equipe, falarei a respeito dos dois últimos anos da equipe.
Aguardem, pois haverá surpresas.
Pingback: Coloni (Parte 1) « Eau Rouge
Cara, fiquei com pena dos caras… Fizeram de tudo com um carro ruim e quando parece que vai melhorar, dá algum problema… enfim, não conhecia a história e nem a equipe, mais uma vez ótimo post!
Falou,
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Belo texto.
As pequenas equipas dessa época tinham o seu encanto… Vou ficar à espera da continuação, pois claro, vais ter de falar do penoso ano em que o nosso piloto português, Pedro Matos Chaves, tentou qualificar o fraquÃssimo Coloni.
Abraço
José
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Com certeza ele será citado aqui.
Obrigado por aparecer.
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