Sabe aquele campeonato que ninguém fala dele, mas todos adoram os carros que disputaram o campeonato? Pois é, e o BPR Global de GT Endurance Series, que embora durou muito pouco tempo, é um desses campeonatos que entraram para a história porque os carros que participavam simplesmente eram lindos, sonho de muito menino e marmanjo. Ou será que um campeonato aonde você tinha nas pistas a McLaren F1 GTR, Ferrari F40 GTE, Jaguar XJ220, Porsche 911 GT1 e outros grandes figurantes não estão marcados na sua memória?
O Mundial de Sportscars havia sido extinto em 1992 e o mundo ficou sem um grande campeonato mundial que envolvesse os grande esportivos da época. As equipes acabaram migrando para campeonatos locais ou monomarcas, com carros quase idênticos. Claro, todo mundo ficou triste com isso.
Então Patrick Peter e Stéphane Ratel (da Venturi, fabricante de esportivos francês) se juntaram com Jügen Barth (da German Porsche Series), e começaram a bolar um novo campeonato. A princÃpio, o campeonato teria várias etapas na Europa e algumas outras ao redor do mundo.
O BPR – que são as iniciais dos sobrenomes dos responsáveis pelo campeonato – usaria carros esportivos de produção que seriam transformados em carros de corrida. Além disso, os fabricantes eram obrigados a construir uma certa quantidade de carros para serem vendidos e assim passariam pela homologação. As classes superiores permitiam modificações mais profundas nos veÃculos de produção, incluindo a utilização de materiais exóticos e partes que não eram utilizadas nos (poucos) carros que iam para as ruas.
O belo campeonato teve inÃcio em 1994 e contava com 8 etapas. Alguns circuitos tradicionais como Dijon, Jarama, Vallelunga, Spa e Paul Ricard fizeram parte dessa história, além de uma corrida no Japão (Suzuka) e outra na China, um circuito de rua em Zhuhai. As corridas tinham até 4 horas de duração e os carros eram divididos por dois pilotos. Nas menores contavam com até 3 pilotos, muito deles “amadores”, que são chamados de Gentleman’s hoje em dia. Os pilotos tinham que andar por tanto de tempo, afim de marcarem pontos. Além dos Venturis Atlantique e Porsches, o campeonato também contava com Lotus Esprits, Corvettes da Callaway e Ferraris F40 modificadas. Claro, tudo dividido entre as classes GT1, GT2, GT3 e GT4, se eu não estiver enganado.
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Obviamente, um campeonato tão bacana como esse ganhou corpo e passou a chamar a atenção das montadoras. Para 1995 foram programadas 12 corridas e houve a entrada de gente de peso no páreo, como os McLarens F1 GTR, as Ferraris F40 GTE e Jaguares XJ220 na principal divisão, enquanto que os Porsches 911 GT2 e De Tomaso Pantera (!!!) estavam nas divisões inferiores.
Em 1996 o campeonato diminuiu a quantidade de categorias, tendo somente as classes GT1 e GT2. Foi também o ápice da participação das montadoras, com a homologação do espetacular 911 GT1. Também chegaram para a brincadeira os Viper GTS-R, Marcos LM600, TVR Cerbera, Morgan Plus 8 GTR, entre outros. Claro, não podia deixar de citar duas etapas extras realizadas no Brasil, uma em BrasÃlia e outra em Curitiba.
Porém, 1996 foi também o declÃnio do campeonato, pois com a participação maciça das montadoras, as equipes particulares e pequenas não tinham mais condições de competir. A FIA acabou entrando na jogada e decidiu cria um campeonato apenas para as montadoras, o FIA GT, que existe até hoje. Outros campeonatos menores foram criados, alguns exclusivos para as equipes particulares, mas infelizmente nenhum deles durou muito tempo. Essas equipes então buscaram os regionais e monomarcas.
Quem lê o texto e não conhece um pouco mais da história desses campeonatos, acha que esta tudo bem, pois temos o FIA GT e o WEC hoje em dia, por exemplo. Antes disso tivemos o ALMS (que vai se juntar ao CanAm) e o LMS. Há anos a FIA vem tentando resolver uma varada nágua que ela deu no final dos anos 80 e inÃcio da década de 90. Bernie e Mosley acabaram com os Mundiais de Sportscars, o ITC e o Mundial de Sport Protótipos para que as montadoras buscassem a F1 como ferramenta de marketing. E isso atingiu até mesmo o Mundial de Rali.
Hoje em dia, a FIA, através de Jean Todt, vem tentando mudar essa situação, deixando pessoas mais gabaritadas gerindo e criando novos campeonatos. Vamos ver se vai dar certo.
Segue mais imagens para vocês:
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Espero que tenham gostado.
Abraços
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Republicou isso em Fórmula Total.
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Hermosos autos; esa largada de Paul Ricard, con 50 coches, es espectacular.
Ojalá volvieran esos bellos viejos tiempos.
Abrazos!
http://juanhracingteam.blogspot.com.ar/
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